Os 10 clubes mais endividados do Brasil

Os 10 clubes mais endividados do Brasil

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10 – Santos.

O Santos Futebol Clube, que ocupa a 10ª posição no ranking dos clubes mais endividados do Brasil, acumula uma dívida de aproximadamente R$ 548 milhões. Esse montante reflete uma série de fatores complexos que envolvem más gestões passadas e a incapacidade de gerar receitas suficientes para cobrir as despesas. Grande parte dessa dívida é de curto prazo, representando um desafio significativo para o clube, que precisa buscar fontes rápidas de arrecadação. O Santos, que tem uma tradição forte em formar e vender jogadores da base, ainda depende fortemente dessas vendas para aliviar a pressão financeira, mas isso não tem sido suficiente para reduzir substancialmente seu passivo.

A dívida do Santos se divide em diversas categorias, incluindo compromissos bancários, dívidas tributárias e operacionais. Um dos problemas principais é a falta de receitas compatíveis com os custos elevados do clube. Apesar das tentativas de economizar em contratações e folha salarial, o clube ainda precisa recorrer à venda de jogadores e acordos financeiros para evitar uma crise maior. As heranças de gestões passadas, como dívidas com jogadores e clubes internacionais, também agravam a situação.

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Mesmo com os esforços da atual diretoria, que tenta estabilizar as finanças, o clube ainda enfrenta dificuldades. A receita gerada com patrocínios, direitos de transmissão e bilheteria é insuficiente para equilibrar as contas, especialmente com os altos custos operacionais. A gestão atual conseguiu reduzir parte da dívida desde 2020, mas o clube ainda precisa de estratégias mais eficazes para controlar suas finanças e garantir sua sobrevivência no cenário competitivo do futebol brasileiro.

  • Dívida total do Santos: 548 milhões de reais.

9 – Internacional.

O Internacional aparece em nona posição no ranking de clubes mais endividados do Brasil, com uma dívida estimada em cerca de R$ 650 milhões ao final de 2023. Um dos fatores que contribuíram para esse endividamento foi a má gestão de recursos em administrações anteriores, além de investimentos elevados em contratações e manutenção de um elenco competitivo, sem o devido planejamento financeiro a longo prazo. A dependência de receitas variáveis, como direitos de transmissão e vendas de jogadores, também prejudicou a estabilidade econômica do clube, que se viu obrigado a recorrer a empréstimos bancários e outras formas de crédito para manter suas operações.

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Além disso, eventos imprevistos, como as enchentes que impactaram o sul do Brasil em 2023, agravaram ainda mais a situação financeira do Internacional, causando um prejuízo estimado de R$ 90 milhões. Esse golpe nas finanças fez com que o clube precisasse rever seu planejamento de temporada e buscar novas fontes de receita para cobrir o rombo. A diretoria já confirmou que o valor da dívida deverá aumentar para cerca de R$ 693 milhões até o final de 2023, apesar de algumas ações emergenciais para amortizar os custos, como a utilização de R$ 109 milhões obtidos com a Liga Forte Futebol.

Para enfrentar essa crescente dívida, o Internacional estuda medidas como a emissão de debêntures, com o objetivo de captar até R$ 200 milhões, além de considerar a possibilidade de transformar o clube em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Essas ações estão sendo analisadas pelo Conselho Deliberativo e são vistas como alternativas para equilibrar as finanças, juntamente com a venda de jogadores, que em 2024 já gerou R$ 114 milhões em receitas. O clube segue buscando uma reestruturação que permita não apenas a redução de sua dívida, mas também a manutenção de um elenco competitivo nos próximos anos.

  • Dívida total do Internacional: 650 milhões de reais.

8 – Vasco da Gama.

O Vasco da Gama ocupa a oitava posição no ranking dos clubes mais endividados do Brasil, com uma dívida de aproximadamente R$ 696 milhões. Esse valor é dividido em três principais categorias: dívidas bancárias, impostos e acordos, e dívidas operacionais. A maior parte da dívida está concentrada em impostos e acordos, que somam R$ 517 milhões, enquanto o restante se refere a compromissos financeiros correntes e bancários. Esses números refletem a dificuldade do clube em equilibrar as contas ao longo dos anos, agravadas por altos gastos com salários e direitos de imagem dos jogadores, que aumentaram significativamente após o retorno do clube à Série A.

A situação financeira do Vasco foi impactada também pelo modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF), com a 777 Partners adquirindo 70% do futebol do clube. Embora a SAF tenha proporcionado uma injeção de capital e ajudado na reestruturação das dívidas, ainda há muitos desafios a serem superados. O Vasco depende fortemente dos aportes financeiros da 777 para arcar com os juros elevados e outras obrigações financeiras. Mesmo com o aumento da receita, que chegou a R$ 318 milhões em 2023, o clube continua altamente alavancado, o que significa que a relação entre receita e dívida permanece desfavorável.



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O aumento nos custos com pessoal, que chegaram a R$ 290 milhões em 2023, foi um dos fatores mais críticos para o endividamento. Com a retomada das operações na Série A e as tentativas de montar um elenco competitivo, o Vasco fez investimentos pesados em contratações e infraestrutura, totalizando mais de R$ 164 milhões em jogadores. Mesmo assim, a dependência de aportes externos para equilibrar as contas ainda coloca o clube em uma situação de risco financeiro, especialmente se os investimentos não forem acompanhados de retornos esportivos e financeiros significativos no médio prazo.

  • Dívida total do Vasco: 696 milhões de reais.

7 – RB Bragantino.

O RB Bragantino, que ocupa a 7ª posição no ranking de clubes mais endividados do Brasil, acumulou cerca de R$ 700 milhões em dívidas, resultado de uma estratégia agressiva de investimentos desde a aquisição pela Red Bull. Embora o clube tenha se destacado em termos de desempenho esportivo e crescimento, grande parte de sua dívida está relacionada a empréstimos internos com a própria Red Bull, que financia o time de forma direta. Esse modelo permite ao clube manter-se competitivo, mas gera uma dependência significativa da empresa-mãe, que espera retorno em longo prazo.

Além disso, o RB Bragantino tem investido pesadamente na contratação de jogadores jovens e promissores, elevando os custos com salários e direitos de imagem. A dívida também inclui gastos com infraestrutura, já que o clube tem procurado modernizar suas instalações e manter um padrão de excelência em seus centros de treinamento e estádio. Essa combinação de investimentos e dívidas internas torna o Bragantino financeiramente viável no curto prazo, mas com desafios no futuro, caso a Red Bull decida reduzir seu apoio.

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Apesar de sua elevada dívida, o clube mantém uma situação relativamente controlada devido ao aporte da Red Bull, diferentemente de outros clubes brasileiros que enfrentam credores externos e problemas com fluxo de caixa. No entanto, a longo prazo, o RB Bragantino precisará equilibrar suas contas e buscar independência financeira para garantir sua sustentabilidade.

  • Dívida total do RB Bragantino: 700 milhões de reais.

6 – Fluminense.

O Fluminense ocupa a sexta posição no ranking dos clubes mais endividados do Brasil, com um passivo que gira em torno de R$ 730 milhões. Apesar dos esforços da atual gestão de Mário Bittencourt para reduzir o endividamento, o clube carioca enfrenta dificuldades devido à herança de dívidas de gestões anteriores, além de uma estrutura financeira que depende muito de receitas variáveis, como venda de jogadores. A receita recorde de R$ 695 milhões em 2023 ajudou a aliviar parte da pressão, mas o crescimento da dívida continua sendo um grande desafio.

Grande parte desse endividamento está atrelado a dívidas fiscais, trabalhistas e compromissos de curto prazo que o clube renegocia constantemente para manter sua operação. Além disso, o investimento em contratações e a manutenção de uma equipe competitiva, que culminou no título da Libertadores de 2023, aumentaram os gastos, o que contribuiu para o acúmulo da dívida. Esse cenário demonstra como o equilíbrio entre desempenho esportivo e saúde financeira é um ponto sensível para o Fluminense.

Para tentar amenizar o impacto financeiro, o clube tem apostado em vendas de atletas para equilibrar as contas, estratégia que gerou bons resultados com um superávit de R$ 78 milhões em 2023. No entanto, o controle desse endividamento continua sendo uma prioridade para os próximos anos, com renegociações previstas e a expectativa de usar melhor os recursos gerados em campo e fora dele.

  • Dívida total do Fluminense: 730 milhões de reais.

5 – Cruzeiro.

O Cruzeiro ocupa a quinta posição entre os clubes mais endividados do Brasil, com uma dívida total de aproximadamente R$ 800 milhões. Essa situação financeira delicada resulta de um histórico de má gestão administrativa e altos investimentos em jogadores que não trouxeram o retorno esperado, além de problemas com dívidas fiscais e trabalhistas. O endividamento do clube é composto por R$ 89 milhões em dívidas bancárias, R$ 706 milhões relacionados a impostos e acordos judiciais, e R$ 83 milhões em dívidas operacionais, que incluem compromissos financeiros mais recentes.

Com a criação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) em 2022, o Cruzeiro passou por uma reestruturação financeira que começou a dar frutos em 2023. O clube conseguiu reduzir parte de suas dívidas, somando R$ 365 milhões pagos ou renegociados, principalmente em passivos trabalhistas e fiscais. Além disso, o clube apresentou um aumento significativo de receitas, chegando a R$ 243 milhões no ano de 2023, o que representou um crescimento de 62% em relação ao ano anterior. No entanto, apesar dessas melhorias, o clube ainda enfrenta dificuldades em equilibrar suas finanças.

Outro fator que impacta as finanças do Cruzeiro é a mudança de controle na SAF. Inicialmente, o ex-jogador Ronaldo Nazário era o principal acionista, mas em abril de 2024, o empresário Pedro Lourenço, dono dos Supermercados BH, adquiriu 90% das ações da SAF. A nova gestão traz esperança de estabilizar ainda mais as contas do clube, que segue com a meta de eliminar a maior parte de suas dívidas nos próximos anos, enquanto tenta manter o desempenho competitivo dentro de campo.

  • Dívida total do Cruzeiro: 811 milhões de reais.

4 – São Paulo.

O São Paulo ocupa a quarta posição entre os clubes mais endividados do Brasil, com uma dívida total de R$ 856 milhões, de acordo com o Relatório Convocados de 2024. Uma das principais razões por trás desse número alarmante é a gestão financeira arriscada que o clube adotou nos últimos anos. O São Paulo investiu pesado em contratações de atletas e manutenção de uma folha salarial robusta, na expectativa de retorno esportivo imediato, como a conquista da Copa do Brasil em 2023. No entanto, a estratégia de manter jogadores sem vender grandes ativos acabou por aumentar o déficit financeiro, ao invés de aliviar a pressão sobre as finanças.

Outro fator que contribuiu para esse endividamento elevado foi o aumento nos custos operacionais, sem uma contrapartida em receitas expressivas de marketing ou patrocínio. Além disso, o clube também acumulou dívidas fiscais e trabalhistas ao longo dos anos, com parte dos seus débitos sendo parcelada para pagamento futuro. Apesar dos recordes de faturamento pós-pandemia, o São Paulo não conseguiu equilibrar os gastos com as receitas, agravando o cenário financeiro. A venda de atletas, embora tenha gerado alguma receita, não foi suficiente para reverter o quadro crítico do endividamento.

Por fim, a situação financeira do São Paulo reflete a falta de planejamento a longo prazo, um problema comum no futebol brasileiro. Sem adotar um modelo mais sustentável, o clube segue dependente de empréstimos bancários e acordos de pagamento de dívidas passadas. A gestão atual do São Paulo busca alternativas para reduzir o passivo, mas o tamanho da dívida é um desafio que vai exigir medidas profundas, como a renegociação de dívidas e o corte de despesas operacionais, além de uma maior valorização de jogadores formados na base.

  • Dívida total do São Paulo: 856 milhões de reais.

3 – Atlético Mineiro.

O Atlético Mineiro ocupa a terceira posição no ranking dos clubes mais endividados do Brasil com uma dívida de aproximadamente R$ 998 milhões. Grande parte desse montante se deve aos investimentos agressivos feitos nos últimos anos, que incluíram contratações de peso e a construção da Arena MRV, que sozinha acumula uma dívida significativa. Embora o clube tenha conseguido reduzir parte desse endividamento com a criação da SAF (Sociedade Anônima do Futebol), a carga financeira ainda pesa fortemente sobre o caixa do clube.

te altos juros sobre as dívidas bancárias e o crescente endividamento com impostos e acordos financeiros são responsáveis por parte desse montante. O clube ainda gasta cerca de R$ 120 milhões anuais apenas com juros. Mesmo com a venda de jogadores e outras receitas, como bilheteria e patrocínios, os lucros são insuficientes para abater significativamente a dívida, tornando a reestruturação financeira uma prioridade para os próximos anos.

Para reverter essa situação, o Atlético aposta em um novo modelo de gestão com foco na venda de atletas formados nas categorias de base e na busca por novos investidores para a SAF. Esse plano visa equilibrar o fluxo de caixa e, a longo prazo, reduzir a dívida de forma sustentável, evitando medidas extremas como a recuperação judicial, o que tem sido um alívio para os torcedores e gestores do clube.

  • Dívida total do Atlético Mineiro: 998 milhões de reais.

2 – Botafogo.

O Botafogo ocupa o segundo lugar no ranking dos clubes mais endividados do Brasil, com uma dívida estimada em R$ 1,3 bilhão. Grande parte desse passivo foi acumulada antes da transformação do clube em SAF (Sociedade Anônima do Futebol), quando a gestão financeira era marcada por atrasos em pagamentos de impostos, salários e acordos bancários. A dívida está dividida entre tributos atrasados, compromissos bancários e questões operacionais.

A SAF, liderada por John Textor, busca reduzir esse passivo, que inicialmente era de R$ 1,1 bilhão. Mesmo com esforços de renegociação e novos investimentos, os juros sobre os passivos históricos ainda são um fardo pesado. O Botafogo tem utilizado suas receitas recentes, como a venda de jogadores e acordos comerciais, para tentar estabilizar a situação financeira.

Apesar dos avanços na gestão, a dívida impacta diretamente as operações do clube, limitando investimentos em contratações e infraestrutura. A reestruturação continua sendo um processo lento, mas a SAF do Botafogo projeta uma redução significativa para os próximos anos.

  • Dívida total do Botafogo: 1,3 bilhão de reais.

1 – Corinthians.

O Corinthians lidera o ranking de clubes mais endividados do Brasil, com uma dívida que já atinge R$ 1,89 bilhão, resultado de anos de gestão financeira complicada. Uma das principais causas dessa dívida é o financiamento da Neo Química Arena, que desde sua construção em 2014 gerou enormes passivos. Aproximadamente R$ 710 milhões do total da dívida estão relacionados a esse financiamento com a Caixa Econômica Federal, o que cria um grande fardo financeiro ao clube, que precisa manter os pagamentos em dia enquanto também administra outras despesas operacionais.

Além do estádio, o Corinthians tem passivos de curto prazo significativos, somando cerca de R$ 423 milhões, o que inclui dívidas com fornecedores, impostos e pendências relacionadas à compra de jogadores. A administração recente também investiu pesadamente em contratações na esperança de fortalecer a equipe, mas esses investimentos muitas vezes não se traduzem em retorno financeiro imediato, exacerbando o déficit financeiro da instituição. A tentativa de equilibrar a competitividade esportiva e a saúde financeira tem se mostrado um desafio constante para o clube.

Mesmo com receitas relevantes provenientes de direitos de transmissão, patrocínios e venda de jogadores, como a recente transferência de Gabriel Moscardo para o Paris Saint-Germain, a dívida continua a crescer. A combinação de altos gastos com elenco e a manutenção do estádio, somada à ineficiência em gerar receitas proporcionais, cria uma situação onde o Corinthians, embora forte dentro de campo, enfrenta grandes dificuldades fora dele. As perspectivas de reverter essa situação dependem de uma reestruturação financeira e de uma maior eficiência na gestão de seus recursos.

  • Dívida total do Botafogo: 1,89 bilhão de reais.

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Eduardo Machado

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